O cinto de segurança foi uma das invenções mais importantes para o trânsito. Ele é uma ferramenta essencial para salvar vidas e reduz danos.

Antes da introdução e obrigatoriedade no uso do cinto de segurança, os veículos automotores não ofereciam uma proteção muito adequada em caso de colisões. A ausência de um sistema de retenção de lançamento do corpo significava que motoristas e passageiros estavam expostos a riscos sérios em casos de sinistros, muitas vezes resultando em ferimentos graves ou fatais. O cinto de segurança de três pontos, que é o mais comum, foi desenvolvido em 1959 pelo sueco Nils Bohlin, um engenheiro da fabricante de automóveis Volvo.

Legislação

Com o tempo, a importância do cinto de segurança foi reconhecida pelos governos e órgãos regulatórios de trânsito em grande parte do mundo. O uso do cinto de segurança se tornou obrigatório em muitos países, com leis rigorosas para garantir que motoristas e passageiros estejam protegidos em todos os momentos durante a locomoção nas vias.

No Brasil, o uso do cinto de segurança é regulamentado pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que é a principal legislação que aborda as regras e regulamentos do trânsito no país. Nele, o artigo 65 do CTB estabelece a obrigatoriedade no uso do cinto de segurança para todos os ocupantes do veículo e em todas as vias do território nacional. O artigo 167 institui a penalidade para quem não utilizar o cinto de segurança, sendo uma infração grave, com multa de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e três centavos) e a adição de cinco pontos na CNH. É importante lembrar que caso um dos passageiros não utilize o cinto, a penalidade também será aplicada ao Condutor.

Importância

O uso do cinto de segurança é extremamente importante para a segurança dos ocupantes de um veículo. Segundo dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (ABRAMET), o uso do cinto de segurança reduz o risco de morte em 45% para pessoas no banco da frente e 75% para passageiros no banco de trás.  A estatística contempla adultos e crianças que utilizam a cadeirinha, em vans, ônibus e qualquer outro meio de transporte coletivo. O cinto de segurança é especialmente importante para crianças e idosos, que são mais vulneráveis a lesões em caso de sinistro.

Uma pesquisa realizada em 2022, pela concessionária Entrevias, mostrou que no banco da frente o uso do cinto de segurança foi feito por 94% dos Condutores e por 91% dos passageiros caronas (sentados ao lado do Condutor). Entre os passageiros do banco de trás, 62% usavam o equipamento. Para caminhões, que só possuem os bancos da frente, foi observado que 22% dos Condutores e 34% dos passageiros trafegavam sem o uso do equipamento de segurança. Para o levantamento da concessionária, foram observados 2.184 veículos. Outro dado interessante é o da SENATRAN (Secretaria Nacional de Trânsito), que aponta uma média de 275 motoristas sendo multados por hora pela falta do uso do cinto de segurança no país.

O cinto de segurança funciona ao impedir que os ocupantes sejam projetados para fora do veículo em caso de colisão. Por exemplo, se um motorista não estiver usando o cinto de segurança e sofrer uma batida em um muro ou até outro veículo, ele pode ser lançado para fora do veículo e bater com a cabeça no para-brisa ou em outro objeto. Isso pode causar uma lesão cerebral grave ou até mesmo a morte.

Impacto positivo

O cinto de segurança desempenhou um papel crucial na redução das taxas de mortalidade e lesões graves em sinistros de trânsito. Vários estudos pelo mundo mostram que o uso correto do cinto de segurança pode reduzir significativamente o risco de morte em caso de colisões frontais e laterais.

A conscientização sobre a importância do uso do cinto de segurança se estendeu também para grupos vulneráveis, como crianças e gestantes. Dispositivos de retenção infantil, como cadeirinhas e assentos de elevação, são essenciais para proteger crianças em veículos. Para gestantes, o uso adequado do cinto de segurança ajuda a prevenir lesões ao garantir que o impacto seja distribuído de maneira mais uniforme.

Com o avanço da tecnologia, os cintos de segurança modernos estão equipados com sistemas de retração, pré-tensionadores e limitadores de força para melhorar ainda mais a segurança dos ocupantes. Além disso, os esforços em segurança no trânsito se estendem ao desenvolvimento de outros sistemas, como os airbags e encostos de cabeça.

O cinto de segurança é uma peça fundamental na segurança viária, salvando milhares de vidas desde a sua criação. Tornando-se obrigatório e tendo uma aceitação generalizada, refletem o entendimento coletivo sobre a importância da proteção no trânsito. Ao colocar o cinto de segurança antes de dirigir ou viajar, os motoristas e passageiros estão tomando um passo simples e eficaz para garantir sua segurança e bem-estar nas ruas e estradas.

Antes do lançamento de modelos novos, as empresas fabricantes de carros precisam testar os equipamentos de segurança presentes no veículo. Nesses casos, são realizadas simulações com bonecos dentro de um veículo em movimento que colidirá contra uma parede, de forma que seja possível visualizar o funcionamento desses equipamentos, como o próprio cinto de segurança.

 A IIHS (Insurance Institute for Highway Safety), uma instituição norte-americana e sem fins lucrativos que realiza testes em automóveis, produziu um vídeo de um desses trabalhos, onde demonstra a diferença de um impacto com e sem a utilização do cinto de segurança pelo passageiro que se senta atrás do motorista.

Obs: Se tiver como colocar vídeo, segue um link de simulação de teste de cinto de segurança.

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