Em 2023, a estimativa é de que o número de óbitos seja um pouco menor, ficando na faixa dos 30 mil

Dirigir sob o efeito de álcool ou drogas é uma das principais causas de sinistros de trânsito. Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), em 2021, cerca de 10.887 mil pessoas morreram em decorrência de colisões, atropelamentos e outros tipos de ocorrências em que o Condutor sofria dos efeitos do álcool em seu corpo. Conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde), o álcool é responsável por 36,7% de todos os sinistros de trânsito entre homens e 23% entre as mulheres no Brasil, afetando além do Usuário de bebidas alcoólicas, outros indivíduos, como os pedestres. Quanto às drogas, a Organização Pan-Americana de Saúde estima que em 2013 ocorreram 39,6 mil mortes no trânsito em todo o mundo, causadas pelo uso de substâncias ilícitas.

Quais são os efeitos do álcool e das drogas no organismo dos motoristas? E o que pode ser feito para evitar esse problema? Confira as informações a seguir.

Efeitos do álcool e das drogas no corpo

O álcool é uma substância que afeta o sistema nervoso central, alterando as percepções, os comportamentos, a atenção e o raciocínio das pessoas. Dependendo da quantidade ingerida, o álcool pode causar euforia, desinibição, sonolência, perda de equilíbrio, redução de reflexos, falta de noção de velocidade e distância.

As drogas, por sua vez, podem ser classificadas em três grupos, de acordo com seus efeitos principais: estimulantes, depressoras e alucinógenas. Drogas estimulantes, como a cocaína, o crack e as anfetaminas, aumentam a atividade cerebral, gerando agitação, ansiedade, insônia, impulsividade e agressividade. As drogas depressoras, como os tranquilizantes, os analgésicos e os inalantes, diminuem a atividade cerebral, provocando relaxamento, sonolência, lentidão e descoordenação. Já as drogas alucinógenas, como o LSD, o ecstasy e a maconha, alteram a percepção da realidade, causando alucinações, delírios, confusão e paranoia.

Todas essas substâncias interferem na capacidade em dirigir de forma segura, pois prejudicam a visão, a audição, a concentração, a memória, o julgamento, a tomada de decisão e a reação aos imprevistos no trânsito. Além disso, se misturadas, elas podem potencializar os efeitos umas das outras, aumentando os riscos de intoxicação e overdose.

Consequências da irresponsabilidade

Os sinistros causados por álcool e drogas na direção podem ter consequências graves, como traumatismos cranianos, fraturas, hemorragias, amputações, paralisias, sequelas neurológicas e óbitos. Além disso, eles podem gerar custos sociais e econômicos, como despesas médicas, judiciais, danos materiais, entre outros.

Um dos custos econômicos mais conhecidos nesses casos é o que está associado às blitze. Se um motorista que ingeriu álcool é parado por agentes de trânsito, ele será multado, já que, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, dirigir após beber álcool ou se recusar a realizar o teste do bafômetro são consideradas infrações gravíssimas, das quais resultam em uma multa no valor de R$ 2.934,70 e a proibição em dirigir por doze meses. A mesma punição vale para o uso de drogas, denominadas como “substancias psicoativas” no CTB.

Medidas para prevenir e combater o problema

Para prevenir e combater o problema do álcool e drogas na direção, é preciso adotar medidas educativas, preventivas e punitivas, envolvendo os diversos setores da sociedade. Algumas dessas medidas são:

Conscientizar os motoristas sobre os perigos e as consequências do álcool e drogas na direção, por meio de campanhas, palestras e cursos;

Estimular o uso de meios alternativos de transporte, como táxi, ônibus e metrô, quando houver o consumo de álcool ou drogas;

Incentivar a prática do motorista da vez, que é aquele que se compromete a não beber ou usar drogas para levar os amigos de volta para casa;

Fiscalizar e aplicar as leis de trânsito, como a Lei Seca, que proíbe a condução de veículos com qualquer concentração de álcool no sangue ou no ar alveolar, resultando em multa, suspensão da CNH e prisão, em casos de sinistros, para os infratores;

Realizar e monitorar a realização ou renovação do exame toxicológico para motoristas profissionais das categorias C,D e E. O último dia 28 de dezembro foi o prazo final para fazer ou renovar o exame de forma a evitar penalizações. Quem for parado com o exame vencido por mais de 30 dias, estará cometendo uma infração de trânsito gravíssima, e a partir de 28 de janeiro de 2024 será multado no valor de R$ 1.467,35 e vai receber sete pontos na CNH.

Oferecer tratamento e recuperação para os motoristas dependentes de álcool ou drogas, através de serviços de saúde especializados, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

Álcool e drogas na direção são perigosos, principalmente se usados juntos. Essa prática pode causar lesões e mortes, além de trazer outros prejuízos aos envolvidos e à sociedade. Por isso, é importante que os motoristas sejam responsáveis e conscientes, e que as autoridades e a população se mobilizem para prevenir e combater esse problema. Lembre-se: se beber, não dirija. Sua vida e a dos outros valem mais.

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